Vigilância acompanha elaboração de planos de segurança nos hospitais

Fonte: Jornal Bem Paraná

Hospitais do Brasil inteiro vêm sendo orientados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a implantar o Plano de Segurança do Paciente para melhorar a qualidade no atendimento aos pacientes internados. Estatísticas internacionais mostram que, de cada dez pacientes internados, um sofre algum dano e, entre esses casos, 60% poderiam ser evitáveis. Em Curitiba, desde o ano passado, a Vigilância Sanitária está monitorando a estruturação dos Planos de Segurança do Paciente nas instituições hospitalares, visando à redução dos índices de incidentes que podem ser prevenidos.


Conforme determina a RDC 36/13 da Anvisa, os serviços de saúde devem observar e propor melhorias nas questões referentes a identificação correta do paciente; comunicação entre os profissionais de saúde; segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos; higienização das mãos; e redução no risco de quedas e de úlceras por pressão, entre outras.

Segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária de Curitiba, Giselle Kosiak Poitevin Pirih, para o monitoramento desta estratégia foi elaborado um roteiro de inspeção para ser aplicado nos 83 serviços de saúde que oferecem internação na capital paranaense. Dentre estes serviços estão os hospitais de alta complexidade, os de médio e pequeno porte e as clínicas cirúrgicas.

Todos os serviços de saúde devem ter implantados seus planos até o fim deste ano. Em um levantamento prévio feito pela Vigilância, consultando todos os hospitais com mais de 40 leitos, verificou-se que, dos 43 serviços consultados, 67,4% já elaboram o documento. Entretanto, apenas 34,8% já o implantaram. “O objetivo é reduzir ao máximo os incidentes que podem ser evitados, porque são situações que podem prejudicar, em maior ou menor grau, a saúde do paciente”, enfatizou a coordenadora.

Melhorias

No Hospital de Clínicas, o Plano de Segurança do Paciente existe desde 2013, mas as bases do Programa de Segurança do Paciente vêm sendo desenvolvidas desde 2003, A assessora de Gestão da Qualidade do HC, Denise Jorge Munhoz da Rocha, disse que quando a RDC 36 foi publicada, o hospital já estava organizado nesse aspecto.

Além das notificações de incidentes, que ocorrem desde 2011, a equipe do Núcleo de Segurança do Paciente do HC usa outros recursos para melhorar a segurança interna. Todos os casos de óbitos passam por uma análise técnica e ainda são registradas as informações vindas de outros setores do hospital, como ouvidoria, epidemiologia, comissão de óbito e serviço de controle hospitalar.

Denise disse que todas as ações e estratégias da resolução da Anvisa passaram a compor o Plano de Segurança do Paciente, publicado em 2013. “Ainda não é possível mensurar resultados e creditá-los ao plano de segurança. Mas todo esse trabalho vem mudando o comportamento, a cultura da comunidade hospitalar”.

No Hospital do Idoso Zilda Arns, a gerente da Qualidade, Lilian Rejane da Silva, disse que semanalmente são feitas auditorias para verificar se os protocolos implantados a partir da elaboração do Plano de Segurança do Paciente estão sendo seguidos pelas equipes de saúde. “Como nossos pacientes têm mais de 60 anos, procuramos, sempre que possível, envolver os acompanhantes nesse processo. São orientações sobre a necessidade de ficar atento à medicação administrada e a movimentação do paciente somente com a ajuda um profissional da enfermagem”, exemplificou.

A auxiliar de odontologia, Elisabel Borssatto da Silva, acompanha o marido internado há 15 dias no Hospital do Idoso Zilda Arns. A cada medicação, ela verifica com a equipe qual remédio está sendo dado. "Acho importante saber para que serve o remédio, se é algum que ele já tomava em casa".

Elisabel disse lembrar das orientações recebidas no primeiro dia de internamento, como manter as grades da cama sempre erguidas, pedir ajuda do profissional para auxiliar o doente no banho. "Eu sigo à risca as orientações para evitar acidentes, o acompanhante está aqui para somar e é para o próprio bem do paciente", contou.

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